segunda-feira, setembro 16

Os verdadeiros miseráveis!

Por Anabelli Cavalcanti



Jean Valjean como Monsieur Madeleine. Ilustração de Gustave Brion

As vezes somos como o Jean valjean de Victor Hugo.  

Aparece na nossa frente um menino, sua moeda cai no chão e nós pisamos na moeda. Não, não tinha nada planejado, nem queríamos fazer isso ou dizer isso. Como o ex prisioneiro da história, somos humanos, por mais que estejamos comprometidos com o bem e queiramos fazê-lo. 

O livro conta que Jean se arrependeu, olhou pro céu e chorou, como não chorava há dezenove anos. As palavras ditas pelo personagem ecoaram pela literatura mundial: “sou um miserável"!!!

Eu, cá com meus botões, acho que Victor Hugo também andou lendo o livro de romanos, pois lá Paulo também exclama; “ miserável homem que sou !! quem me livrará do corpo dessa morte?"  É lá que Paulo declara que “ao querer fazer o bem, encontro a lei de que o mal reside em mim..."  Mas lá também diz que “a lei do Espírito e da vida em Cristo Jesus, te livrou da lei do pecado e da morte...” 
Eu sempre achei que a maioria das pessoas tem uma ideia errada do pecado e geralmente o associam a atitudes bizarras. Boa percepção é essa do personagem de Victor Hugo, que cai em prantos. Parece dramático não? Ele apenas pisara em uma moeda, assustara uma criança... Mas eis o problema: nós erramos no básico, no óbvio, nas coisas simples. Não roubamos ou matamos e vamos à Igreja aos domingos como pessoas respeitáveis e achamos que estamos longe o bastante do pecado. Mas estamos ficando cegos, religiosos, estamos nos tornando fariseus modernos. Quantas moedas não andamos pisando? 

Claro que não somos perfeitos, é impossível acertar sempre. Mas ás vezes aprendemos a tolerar e a aceitar nossas pisadas na bola, indiferenças, grosserias, críticas não construtivas e tantas outras coisas mais. Talvez seja preciso os joelhos tocarem o chão, talvez seja preciso a exclamação do personagem de Victor Hugo, que foi a de Paulo, “ sou um miserável”! 

Talvez seja preciso reler a carta à Igreja em Laodiceia onde são descritas aquelas pessoas que se julgam ricas e abastadas, e acham não precisar de coisa alguma. O próprio Senhor Jesus é quem diz: “E não sabes que tu és infeliz, sim, miserável, pobre, cego, e nu". Que Deus nos livre, não de chorar de arrependimento por nossos erros, mas de nos tornarmos aquela pessoa que de alguma forma, já não os enxerga mais.


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