Pequenas lições...

Por Lilian Cunha

Há uma semana atrás me submeti a uma pequena cirurgia. A cirurgia me fez ficar uma semana no pequeno 'cativeiro' na casa de minha mãe. Não era chato. O pessoal trabalha cada um em um horário e eu geralmente tinha a companhia de alguém.

Minha mãe que não pára de falar um segundo sequer... rsrs.. É bem divertido. E agora está com mania de trabalhos artesanais!! Mas como eu gosto muito de bolar coisas novas, ela explora um pouco de mim. Fazia questão de preparar o café da manhã e dizer que já que eu não me deixava mimar muito quando ainda era solteira, nestas condições não poderia negar os mimos.

Meu irmão é um palhaço em potencial. Ele mal começa a contar qualquer história do dia dele e eu já estou rindo. Doeu-me um pouco os pontos e acho que, neste caso, rir não era um remédio muito apropriado. Mas eu gosto muito da companhia dele... Talvez nunca tenha dito a ele o quanto! Ontem passou umas 6 horas experimentando roupas pra uma entrevista... E quem serviu de consultores? Meu esposo e eu... A gente morre de rir com ele.

Meu pai sempre atencioso, fazendo nosso jantar e me mostrando algumas descobertas sertanejas no youtube. E eu lhe prestava algum auxílio em excel.

Minha tia e vizinha me garantiram o almoço e lanches desses dias. Eu achava que não suportava papa de aveia. Mentira dos meus olhos que insistem em falar antes que meu paladar tente experimentar qualquer coisa.

Eu preciso falar do meu esposo? Ele fez questão de, depois de trabalho e faculdade, ir pra casa de minha mãe dormir em minha companhia todos os dias. Dormiu muito mal toda essa semana, porque, além de perder duas horas no trânsito pra ir e voltar do trajeto diário, eu ainda acordava umas 3 vezes durante a noite pedindo ajuda pra levantar. Ele ainda aturou meus dengos e choro de 'quero voltar pra minha casa'...

Meus amigos me visitaram e ligaram. Do trabalho, cada um falava um pouco. Da igreja foram desde antigos pupilos, hoje já obreiros formados, até atuais grupos de 'mentes mestras' [quem lê, entenda.. rs]. Tbm amigos de contato 'emiessiênico'. É, eu amo neologismos!

E eu devo ser sim grata a Deus por tudo o que tenho. Desde um bom plano de saúde que me permite chegar e fazer a cirurgia no mesmo dia [detesto hospital...] a pessoas que me acolheram super bem. Já tivemos nossas diferenças algumas vezes, mas sei o quanto gostam de mim. É fácil perceber. Querem me prender no cativeiro por mais uma semana e eu, ingrata, não quero prolongar tantos mimos.

Eles me conhecem e sabem como sou só. Quem me vê em grupo e não conviveu comigo nem deve imaginar. Isso não é bom. Mas nesses dias, os únicos momentos que muito me incomodaram, foram os poucos em que não havia ninguém em casa... Parece estranho, mas eu desaprendi a viver só.

Quem sabe falo disso no próximo post. Por enquanto, ficam só as reticências...